Paraquat é um herbicida de fácil acesso utilizado para
acabar com pragas que infestam a lavoura. Ele é altamente tóxico o que o torna
muito perigoso além de que ainda não possui um antídoto conhecido.
Algumas terapias vêm sendo testadas em pacientes
intoxicados por paraquat, porém só costumam apresentar efeito quando as doses
ingeridas são baixas e rapidamente identificadas.
O tratamento da intoxicação atualmente
é baseado em medidas que diminuam o estresse oxidativo utilizando substâncias
antioxidantes e terapias imunossupressoras que, consequentemente, revertam o
quadro toxicológico instalado, especialmente o pulmonar.
Referência: <http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v36n4/a19fig02.jpg> |
A toxicidade do paraquat resulta do
fato de que ele inibe a redução de NADP a NADPH, resultando em uma
superprodução de espécies reativas de oxigênio que destroem os lipídios das
membranas celulares o que acarreta em uma inflamação, com recrutamento de
leucócitos e fibrose pulmonar tardia, levando a hipoxemia que não responde ao
tratamento que visa a diminuição da absorção e estimulação da excreção do
paraquat absorvido.
Formas de se diagnosticar uma
intoxicação por paraquat:
Entre as metodologias quantitativas
disponíveis, existem os métodos cromatográficos, eletroforese capilar e os
imunoensaios podem ser utilizados.Por outro lado, uma reação simples e rápida
de caracterização urinária com ditionito de sódio é muito usada, na suspeita de
intoxicações agudas.
Caso clinico com sobrevivente:
Um homem de 22
anos foi admitido no departamento de emergência com queixa de dor de garganta,
disfagia, hemoptise e dor retroesternal. Ele havia tentado se suicidar por meio
da ingestão de 50 mL de uma solução de paraquat quatro dias antes da admissão
hospitalar e havia sido tratado, em outro serviço, com lavagem gástrica e
administração de carvão vegetal ativado.
O resultado do teste de urina com ditionito de sódio
(para paraquat) ainda foi positivo na admissão. Ele foi submetido a hemodiálise
e terapia imunossupressora com ciclofosfamida, metilprednisolona e dexametasona,
de acordo com o protocolo recomendado. Além disso, recebeu
N-acetilcisteína.
No
presente caso, vários achados indicavam um prognóstico ruim.Portanto, a terapia
imunossupressora e o tratamento com antioxidantes foram indicados para
interromper o processo inflamatório.
No segundo dia de internação (6º dia após a ingestão), o
paciente apresentou hemoptise. A radiografia de tórax realizada no 8º dia após
a ingestão mostrou opacidades pulmonares. No sétimo dia de internação, os parâmetros
gasométricos pioraram, e o paciente foi submetido a um segundo ciclo da mesma
terapia imunossupressora. Posteriormente, apesar de um episódio de neutropenia
febril, ele se recuperou gradualmente e recebeu alta hospitalar, em bom estado,
após quatro semanas, sem necessidade de oxigeno terapia domiciliar. Após quatro
meses, o paciente estava trabalhando novamente e não tinha queixas, a não ser
por dispneia após esforço físico intenso.
Referências: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v42n4/a03v42n4.pdf
Referência:<http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v36n4/a19fig02.jpg> |
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